Meu coração não está fechado para balanço. Nem aberto como se despede o inverno para que venham falsas primaveras. Meu coração é simplesmente o mundo. Desse modo, ao andar pelas ruas da cidade que canta, nos bares das músicas os refrões de amores que nunca virão, sei que é na ressaca dos mares que vêm as ostras negras sem pérolas. Afinal, esperar que mãos descalcificadas, cujos dedos acunhados formem, a partir de outras, joia rara, é acreditar que seu próprio coração dependa de outro para bater. Todavia, se meu coração é simplesmente o mundo, quando o seu cessar batimento, pode ser que eu sinta o meu enfraquecer-se.
Autor: Lucas Vinícius da Rosa