O interlocutor da alma

Talvez, ao menos talvez, ele tivesse nascido errado
e talvez, por certo talvez, ele tivesse jamais se consertardo
talvez ele tivesse nascido devéras emocional
sem controle sobre sua razão, sobre seu intelecto,
sobre as coisas, sobre sua própria aptidão

Talvez ele tivesse sofrido demais por muito
talvez sem Julieta ele tivesse muito amado
talvez como Romeu ele tenha sido julgado
talvez, sendo herói nenhum, ele tenha sido sepultado

Se o mundo foi confeccionado para os fortes
por conseguinte, talvez ele seja fraco
De uma fraqueza que se alimenta dos ossos,
da estrutura, até tornar, inversamente, forte!

Se se machuca uma pessoa, uma pessoa não voltará
Se se prejudica à alguém, prejuízo eterno o virá
Sem ninguém, para com ninguém, sim, na ausência,
silêncio para uma voz que jamais voltará, que,
nunca mais, falará

Porém, ressuscita-se a voz, para que, desse modo,
se possa falar sobre a outra ponta do paradoxo!

As pessoas brincam de vermelho e amarelo, de um jeito,
pode-se até dizer, sincero
As pessoas fazem ciranda como numa brincadeira de criança,
querendo achar, no final, um adulto que as traga amor
querem alguém, não ninguém, que as brinde com esperança!

Disso surge o amor, todavia apenas para os que amam muito
parece florescer um jardim, de flores sem fim,
lindo e cheiroso, pelas palavras e pelo gosto,
longínquo, distante, inalcançável, até o infinito.

Autor: Lucas Vinícius da Rosa