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Caravaggio - Jerome Valletta
Caravaggio – Jerome Valletta

As nuvens choram fios de cristal
Os lagos de meu peito se inundam
Os meandros do que me é visceral
São o que meus demônios estudam!

Na esquina, um filósofo da cólera
Alega ser a morte o incontrolável
E com isso toda esperança devora,
Mas não a minha, que é irrevogável

Minha morte nasce sempre no agora;
Ato as pontas da vida nada fúnebre
Pela asas que per-voam mundo afora

Sangra das alturas a minha virtude
E pinta no céu azul seu vermelho;
Ó poeta de tão sangrento espelho!

Autor: Lucas Vinícius da Rosa