Versos autistas

Sem pódio para minha chegada
às vezes julguei e estive errado
como se existisse tal coisa:
bom e ruim, bem e mal,
conceito e indefinição!

Impeli mazelas aos muito bons.
Fiz algumas bondades maldosas
para viver em vil polvorosa
sou a morte da vida vivida

Autista e repetitivo me faço
Um, dois, três, quatro, cinco
embora siga sempre em tom altivo
dizendo que minha repetição
é minha inevitável transição

Ei, eu choro pelo seus poros
Ei, eu tenho que escrever!
Ei, altares de bons espíritos
aguardam minha rude escalada
pelos degraus da nudez da farda

Sou militar apenas de mim mesmo
militante da última das causas
um derradeiro esmo que se esgueira
na saciedade da própria falta!

Autor: Lucas Vinícius da Rosa