Lobo solitário

Como um locutor sem plateia
discursou sem esperar palmas
lobo errante e sem alcateia
uivou amor, sua mortal fala

Ele que não fora abandonado
perambulou em meio às traças
e provou do pão envenenado
cujo trigo arregaça a alma

Eis que aplaudiu a si próprio
e suas mãos frias se tocaram
acalentando-se neste aplauso

Resistente ao humano-cianureto
ébrio do último humano-advento
foi homem lobo de si mesmo!

Autor: Lucas Vinícius da Rosa