Tesmpestade de Outono

Fui outrora desafiado pelo tempo
ele escancarou, feroz, suas nuvens
choveu em mim todo seu alento
limpando todas as muitas ferrugens
que residiam em meu pensamento

As ruas ficaram desertas
a via pasmou, resguardada
andante algum era aventureiro
sabiam da eventualidade
de ficarem limpos em exagero

Em virtude das gotas cortantes,
da chuva mais do que ácida,
tornei minha alma básica
e com sal posto no lábio
fiz solução para o fracasso

Com guarda-chuva, protegido
um rosto me olhou, aturdido,
como a pensar dó sobre mim
ora, dó é benevolência fajuta
medo de chuva, covardia absoluta

Olhos laterais condenavam meu passo.
Ao passo que chovia,
e eu me desenvolvia, sem embaraço,
em baixo de tetos e de fachadas,
faces secas rejeitavam sua jornada

Autor: Lucas Vinícius da Rosa