Soneto das mulheres adoradas

Usarei as pás do bom português
feitas da última flor do Lácio;
emprego-as em um gesto cortês
à Mulher a quem aqui eu afago

Sinto as mãos muito esfoladas;
minhas unhas são só vestígios,
cavei versos do latim erudito;
meu intelecto deseja amá-las

Homens débeis de espíritos torpes
são-lhes a mulher seu único norte
para a vida do contrário ingrata

que maltrata! mas, o poeta escava
que importa a mão, se sou em vão
se não plantar mulheres adoradas?

Autor: Lucas Vinícius da Rosa