Por aí…

Atentei-me ao poder do vento ainda menino
quando minha pipa voava para longe de mim
e hoje, mais sereno e um pouco menos menino
ainda percebo um sopro firme, severo e sem fim
pergunto-me, como pode ser tão forte se não posso ver?
como pode impulsionar um navio sem motor para o mover?

a natureza nos causa ilimitados e curiosos espantos
como o átomo, tão simples e complexo e, no entanto,
faz tudo funcionar tão certo e coerente
qual será a mente que nunca confundiu-se?
até mesmo Einstein errou, até mesmo Planck titubeou
o dono da mais bela solução era o menos quântico
Incrédulo, apelava para o argumento da matemática
tão forte e eficiente como as cargas e a estática

relutante e teimoso, Euler enfrentou Fermat
uma derrota e uma contribuição, que o diga Thomas Edison
perdemos mentes brilhantes em duelos, como Galois
e perdemos duelos brilhantes como Kepler e o Tycho Brahe
Pitágoras afogou seu discípulo por questionar o objetivo
e o duelo dos números continuou, até que Wiles o finalizou
Em fim Fermat, o temido, após 358 anos foi vencido

ainda bem que existem as perguntas, mesmo que atormentem
infinitamente melhor o tormento do que a dormência
mentes dormentes estão destinadas ao pseudo óbito
mesmo que o óbvio esteja um pouco distantes das mãos
por falar em destino, discorro já sem essa bênção
mas que falou que versos necessitam ter começo, meio e fim?

Autor: Armindo Guerra Jr.