Meu soneto de condenado

Tais os extremos da desavença:
o que meu equívoco me provocou,
tornando-me sua última pressa,
e a urgência que o tempo matou

Sua beleza muita me dilacerava
agora, eis um poeta enferrujado.
Sua tez, seu cheiro, sua graça;
provas de um processo arquivado

Não! não houvera qualquer juízo
embora obtiverámos a condenação.
Do litígio, restou apenas um livro

amarga-me o peito esta punição!
Na terra dos escritores malditos
cumpro pena, com a pena na mão!

Autor: Lucas Vinícius da Rosa