Mal estar da alma

Aqui estou, estendido no chão
e, derramado sobre mim mesmo,
vomito meu amor e ingratidão
ácido clorídrico do advento

Tremo as mãos só de pensar
que onipresente e sem lugar
posso morrer sem ser vulgar
vaidoso só com a intensidade

Tenho câncer de perversidade
que se perverte para mim
outrossim, não seria assim:
alívio inquieto do perverso

Vejo libélula de asas loiras
que quer muito bater asas
ela em mim está alojada
por isso a jornada inconsolada

Sou o mais forte dos covardes
exponho-me pelos meus poros
transpiro pelos meus amores
padeço no pesadume dos ódios.

Autor: Lucas Vinícius da Rosa