João e Maria

Astuto, João seguiu Maria,
aqui, acolá… onde mais ela iria?
mantendo distância segura, lá estava,
na estrada, olhando enquanto Maria andava

Mal sabia ele qual seria seu destino
tirou do bolso uma moeda e a deu a um menino,
um pedinte, todo triste, jogado ao descaso
ainda meio de lado, viu Maria virar a esquina

Aguardou um pouco, e não titubeou
na rua 26 de abril, decidido, ele entrou
Maria caminhava… seus passos eram música
a música da brisa de primavera, ele suspirava

De repente, admirou-se!
Maria entrou numa casa pequena
Armazem da Serena, escrito na placa
pela janela, João, novamente a viu
Como pode ser tão linda?
ah! um dia eu a beijo, ainda, ainda…

Maria pegou na prateleira um envelope
escrever-lhe-ia um bilhete,
para ser entregue a galope
Pensava ela: Como João é charmoso,
eita moleque danado! todo garboso

João abandonou a Janela e foi embora
Maria pagou o envelope e saiu
Também precisava ir embora
logo o sol cairia, já era hora

Quando pôs os pés na estrada, admirou-se!
viu João andando mais ao longe
sem titubear, decidiu ir atrás
mantendo distância segura, lá estava
na estrada, olhando enquanto João andava

Maria o seguia e observava
João caminhava… seus passos eram música
a música da brisa da primavera, ela suspirava
Como pode ser tão elegante?
ah! um dia eu o beijo, ainda, ainda…

Autor: Armindo Guerra Jr.