Indigente da força

Necessito sentir-me fraco
apenas assim posso saber
o quanto posso ser forte
fraqueza fora-me meu norte

Quero ser frágil por erros
um dado com mais faces;
mais que seis desacertos
da vida de mui entraves

Somos leitores cagões, não?
às vezes paramos na vírgula
para vidas padecerem em vão
nas tramas da vida frívola

Seja eu então vários versos
da sua loucura deverás sã;
antes estar só no universo
a enlouquecer noutro divã

Alcamem-se meus psiquiatras
poesia é palavra aos ventos
fosse psicanálise barômetra
mediria todos os sofrimentos

Que pressão, seu tresloucado?
Ora, não estas pressionado?
ao seu lado e à minha frente
vejo newton em metro quadrado

Está bem, está bem, tá bem!
Vou medir a pressão do mundo
usarei como medidor arcaico
o coração do mais sujismundo

Qual então tal instrumento?
É o mendigo da pouca esmola
não quer pressão, nem alento
vive sem ar e mede no agora

Agora, trouxe-me a precisão:
somos índice de baixo calão
mensuramo-nos pela posessão
da esparsa esmola do coração.

Autor: Lucas Vinícius da Rosa