Erros perfeitos

Não tive sequer tempo de contar
os sobrevoos aquém do meu céu,
nos quais sequer havia permissão
para com forasteiras asas planar

Mas, falta de céu não poderia ser;
talvez negro espaço de ingratidão
pelo qual vê-se o doce entristecer
no beijo que anuncia outra solidão

Trata-se do jogo, em que há fuga,
e o ser humano de si refuta, só
pela tentativa de tão apenas amar

Incluso eu, cuja poesia até ama,
mas depois detesta até descamar;
nasço no verso da falha humana!

Autor: Lucas Vinícius da Rosa