Dos maus utilizadores dos sentidos

Aos críticos dos meus sentidos,
aos profanadores do meu Eu,
maus profetas de olhos exíguos:
aceitam a vida como vida torta
mas tentam andar retilíneos

Cuidado com o demasiado desprezo
não seja juiz de julgamento meu
não sou seu réu, não te menosprezo
busco apenas, apagando a vontade,
encontrar virtude de pura verdade

Se não escutam seus sentidos,
por depois deles, e antes deles
livrem-se vocês de seus olhos,
suas línguas, seus dedos,
livrem-se por fim de seus corpos

Meu espírito de razão pequena
é pedaço da minha alma, minha veia
minha grande circulação é vaso
artéria de superação do homem
não tapo com o sono minha fome

Aprendiz de uma grande cabeça,
grande só porque é de grande alma
reafirmo do que necessitariam:
terem seus tímpanos estourados
para que escutassem com os olhos!

Autor: Lucas Vinícius da Rosa