Você é minha?

Apressado em ser egoísta, covarde fui,
quis dissimular, desejei minha imagem,
porém, em tempo de me retificar,
encontrei seus olhos implacáveis.
Olharam-me contundentes. Suas pálpebras,
mais lindas que o piscar de qualquer poesia,
ofuscaram-me a visão; só então vi,
como se me apercebesse deste sentido só assim.
Nossos abraços invisiveis incendiaram
meu espiríto. E se me prostitui,
pelas ciências erradas da enganação,
saiba que, apreensivo, busquei seus
lábios acertados; acho que fui bom bandeirante:
errante e em seguida desbravador da sua ânsia,
do seu vigor em buscar a felicidade que,
com sorte, poderia ser a minha!
Outra vez, se conveniente, perante meu abuso,
podem, convenientemente, me condenar à forca;
pena capital é como se punem poetas hereges.

Autor: Lucas Vinícius da Rosa