Soneto para as moscas

Os homens de maioria venenosa
distribuem seu veneno em frasco
não por terem índole maliciosa
só não querem sozinhos morrer

Se dizem povo, se dizem Estado
não compreendem a controvérsia
um é quente, o outro é gelado
um é vontade, o outro é poder

Querem riqueza enquanto perecem
adoecem querendo o que não querem
são doentes de sangue, de alma

Envenenados, enriquecidos, pelo poder
aquele mesmo vigilante e que pune
zanzam como moscas na sopa da virtude.

Autor: Lucas Vinícius da Rosa