Soneto da amizade

Meu velho amigo, longa-data me maltrata
sem sua presença antes costumaz e agora
muito escassa, como pérola afugentada
mata-me, se assim o tempo trouxe a falha

Aquelas, que constituimos entre amigos
e ferrenhos fizemos preceito de doutrina
como se abraçados estivessemos unidos
e depois bebessemos então confinados

Se nossa sina trouxe a seperação atroz
meus pesames, minhas vistas, foram-se
todas embora; sou portanto novo vidente

Morro nos versos do encontro inesperado
e vejo, ao meu lado, este ser amigo meu
será que suguei dele todo seu apogeu?

Autor: Lucas Vinícius da Rosa