Soneto àquela que passa

Não tivesse o homem criado a linguagem,
Ainda assim seu pouco dum profundo todo
Revelaria palavras que jamais se esvaem;
Sua presença faz da minuta chama o fogo,

Com o incêndio d’alma faço alimentá-lo,
Sempre que seu rosto torna terna a face;
Sussurra-me em minhas trevas um diálogo
Ávido por encerrar-se em sua felicidade.

Atordoado findei por achar as 7 chaves,
Com as quais lacrava o cofre da intenção.
Mão que tenta acha nos dedos a utilidade,

Em imitar com gestos a grafia da comoção;
Se estive em marcha de distração inúmera,
Detive-me audaz, seduzindo-me sua figura.

Autor: Lucas Vinícius da Rosa