O último baque

Fora em uma íngrime subida
em que seres desfacelados
foram vitimados por si mesmos;
enfastiados e assinalados

Nossa, que descida deplorável!
Ofereci ao revés meu pranto
cães e gente no mesmo quarto
pulgas que corroíam os cantos

Em cada quina havia uma sina
crucificada por um e dois pregos
que apregoavam várias vidas
e agravavam, no alto, desafetos

Desconsiderarei a afirmação:
não solicitei por mim nascer
Considero, hoje, a asserção:
surgi de novo pelo alheio falecer

Mortes ao lado, ou no alto,
vingaram óbitos muito apáticos
realidade cerceada, limitada,
curtida em grandes compotas

Conservem o moralismo da cegueira
que nada vê, bastante pouco ouve
não quero mais poesia, nem sentido:
vida paupérrima nunca foi alívio!

Autor: Lucas Vinícius da Rosa