Meu urro de ano velho, ou novo, tanto faz…

Palpita-me o coração diante dessas situações. Como se eu, por uma passividade incontrolável, pudesse enxergar nos abraços inusitados as mais incólumes reações. Recheado ao meu redor por tradições e vínculos convencionais que fazem abraçar um vão, sou a final ruptura do que fora sempre igual; abri mão até do vazio, e da mãe de todos os protocolos fiz-me órfão, apenas para abraçar o restante.

Vi o brilho radiante, que como o Sol, irradia um pescoço sem colares, a última emoção sem adornos ou ultravioletas ferozes. Não haveria nunca a luz no que fracamente resplandecia, embora reluzissem os corpos magros e esqueléticos. E havia muita cor no peito nú; fiquei abismado com isso; nem todo ar edifica quanto a ilusão do que espera ser o mais importante pilar.

Como poderia eu reinventar a ordem dos átomos, e tornar nobre o metal mais inesperado, mesmo que nobres mercenários do contrário argumentassem? Depois disso, acho que pude amar; afinal, se posso perceber a imperfeição alheia, posso me ver como imperfeito igualmente; daí nossa evolução perante a fraqueza, e a falha ser sempre inerente a todos. Eis que, analisando a inconsequência da ilusão trazida pelos olhos, pude talvez sonhar com a sinceridade. Sinceras mentiras, falsas verdades.

Jamais me culpem por amar os corações, e me contradizer quando minto sobre eles. Sou só mais um. Outro a dizer o mesmo que falaram antes, e a viver o durante preconizado, morrendo sob alcunha dos mesmo epitáfio.

Autor: Lucas Vinícius da Rosa