La luna, la notte

Volto-me a lua, esbelta e brilhante
distante e pacífica, não obstante,
controla as marés involuntariamente,
se fosse lunático seria contente

a loucura permeia as mentes brilhantes
lucidez, por certo, é um rio sem afluentes 
não por acaso, Pedro negou veementemente
tomado pela lucidez do medo, certamente

logo de assalto, sinto-me perdido
sem notar o perigo, sigo em frente
como Judas, o vendido, fico abatido 
invadido, pelo menos nobre dos sentimentos

apunhalado pelo auto-controle falho
pago com a alma, moeda a-meritocrática 
custa caro, sem retorno, não me acalmo
sem calor, sem amparo, noite adiabática

angustiantemente são, aguardo fortemente
que o sono cubra-me então, tardiamente
tordesilhas não foi em vão, territoriamente
senão, outro Pearl Harbor em minha mente 
se fosse lunático seria contente…
Autor: Armindo Guerra Jr.