Desacato perdoado

Adormeço maculado nas trincheiras
para acordar com fuzil no coração;
desta guerra detenho as caveiras
que gritam: “não terás a paixão!”

É porque aqui já demasiado pequei,
minha ressureição não aceitariam;
mesmo o sacrifício asteca recusei,
enquanto tais deuses me seduziam

Fiquei tão vislumbrado com o mundo
que tornei-me sujismundo, tartamudo,
gaguejando amores de nenhuma moral

Ah, mas minha sentença já está dada:
os olhos azuis desta mulher milenar
trazem-me esta trégua tão esperada!

Autor: Lucas Vinícius da Rosa