Crepúsculo da aparência

Quando seu rosto se enrugar
e sua beleza se despedir, se anuviar
o vento mastigará sua face
fará juízo dos, talvez muitos,
pecados da mocidade

Uma vez envelhecido pelo tempo
lhe restará, apenas se infortunado,
as comparações de outrora com agora
rememorando e remoendo as entranhas
do que já foi pela história apagado

Sem aparência, sem imagem exuberante
não haverá cirúrgia plástica miraculosa
desaparecerão os bisturis da vaidade
para que seja possível disso surgir
sabedoria enrustida nas marcas da idade

Se você será um velhaco ou um homem vil,
se covarde temporal ou bravo por ter amado,
dependerá, justa e exclusivamente,
da natureza que infectou o sentimento
que às pessoas, por você, foi ofertado.

Autor: Lucas Vinícius da Rosa